domingo, 12 de setembro de 2010

Interior ainda espera médicos aprovados em concurso

Mossoró - O governo do Estado divulgou no último dia 3 de setembro a convocação de 422 profissionais aprovados do último concurso público, para integrar os quadros de servidores do Rio Grande do Norte e suprir, especialmente, a necessidade de recursos humanos nos hospitais regionais do Estado. Serão 26 especialidades, como anestesiologistas, cirurgiões, clínicos, infectologistas, farmacêuticos, ortopedistas, psiquiatras, pediatras, biomédicos, enfermeiros, entre outras.

De acordo com a divulgação, os convocados serão encaminhados para as unidades hospitalares de todas as regiões do RN, porém, até agora, os principais hospitais regionais do interior ainda não sabem, ao certo, quantos e quais serão esses profissionais que comporão seus quadros funcionais.

No município de Assu, o diretor do Hospital Regional Dr. Nelson Inácio dos Santos, Hélio Santiago, espera a chegada de 34 profissionais, entre clínicos gerais, obstetra, bioquímico e outros, mas até o momento, ninguém se apresentou. Segundo o diretor, o prazo é até o dia 30, mas, certamente, nem todos assumirão o cargo. “É provável que alguns venham e outros não”, disse Hélio.

De acordo com ele, se esses profissionais aparecerem, suprirá tranquilamente a carência do Regional, porém outro problema é que não se sabe exatamente quantos dos convocados serão realmente destinados a Assú, já que o quadro será dividido com o município de Angicos. Em Pau dos Ferros, o hospital regional Cleodon Carlos espera a apresentação de 14 profissionais. A situação da unidade hospitalar é estável nas áreas de atendimentos de média complexidade, embora tenha uma cobertura de mais de 40 municípios e um público corrente de 250 mil pessoas. De acordo com o diretor técnico, Lucas Batalha, até agora nenhum concursado se apresentou.

Dos convocados, está um anestesiologistas, mas, segundo Lucas, é insuficiente, já que o hospital precisava de pelo menos mais três.

Em Apodi a carência é ainda maior. A diretora Solange Noronha espera que dos 422 convocados, sejam destinados 10 médicos para o Hospital Regional Hélio Morais Marinho, que mesmo assim ainda ficará com um déficit de 5 profissionais da saúde. Solange relata também que precisa de um número considerável de auxiliares de enfermagem para suprir a carência local. “A população de Apodi aumentou muito, por isso, precisamos de mais profissionais”, disse a médica.

Na região do Seridó a situação é a mesma. Até agora ninguém apareceu, nem desta vez nem na primeira convocação de julho, quando foram anunciados 375 profissionais para substituir os antigos contratos temporários.

Na sexta-feira pela manhã, 10, o diretor do Hospital Regional do Seridó, em Caicó, José da Noite, se dirigiu à Secretaria Estadual de Saúde querendo saber quantos médicos seriam destinados a seus quadros de plantão. Na lista existe um número de profissionais destinados ao Seridó, que tem vários outros hospitais.

A reportagem entrou em contato na sexta-feira, 10, com a Secretaria Estadual de Saúde para saber dos redimensionamentos dos profissionais convocados do último concurso. A assessoria de imprensa pediu para dar retorno, mas depois avisou não conseguiu levantar as informações e pediu que a reportagem refizesse o contato amanhã, segunda-feira, 13.

Concurso público não supriu a carência de ortopedistas

Embora tenha sido feita a convocação de 422 profissionais aprovados no último concurso público, o governo ainda não conseguiu resolver um dos problemas mais crônicos da saúde estadual: suprir a carência de ortopedistas/traumatologistas e anestesiolositas nas escalas de plantão dos hospitais.

Em Assu, por exemplo, a falta desses profissionais deixa uma lacuna enorme da saúde regional, que precisa desse tipo de atendimento diariamente. Atualmente, qualquer tipo de trauma ocasionado por acidentes, precisa ser encaminhado para os hospitais de referência de Natal ou Mossoró. “Hoje não temos nenhum profissional atuando. Antes tinha um médico da Bahia que aparecia a cada 15 dias, mas este também já foi embora”, disse Hélio Santiago.

O hospital Cleodon Carlos, em Pau dos Ferros, tem um dos quadros mais invejados dos hospitais potiguares, porém, enfrenta o mesmo problema na traumatologia.  Segundo Lucas Batalha, atualmente apenas um profissional está atuando na cidade, quando era preciso pelo menos quatro para cobrir superficialmente a escala diária.

A médica Solange Noronha, em Apodi, é muito clara quando o assunto é ortopedia. “Não adianta iludir ninguém, nós só temos um ortopedista, mas também não comportaríamos outros porque não temos se quer equipamentos dessa especialidade”, especificou. Outro grave problema em Apodi é que o hospital não tem nenhum anestesiolosista.

No Hospital Regional do Seridó, a carência é de pelo menos três ortopedista/traumatologistas. Hoje, apenas um está atuando na cidade de Caicó. Os casos graves são referenciados para Natal.

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