sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quadrilha é presa e arsenal de matadores apreendida Mega-operação da polícia realizada em todo o estado resultou na prisão de 12 pessoas, sendo 11 delas investigadas num esquema de compra e venda de armas e munições usadas por bandidos em crimes de execução.

Quadrilha é presa e arsenal de matadores apreendida Uma mega-operação desencadeada pela Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), na madrugada desta quinta-feira, dia 10, resultou na prisão de 12 pessoas, sendo 11 delas investigadas num esquema de compra e venda de armas e munições usadas por bandidos em crimes de execução. Entre os presos estão três policiais militares. Foram apreendidas 22 armas de fogo, centenas de munições e meia tonelada de pólvora. O secretário da Segurança pública, Cristóvam Praxedes, disse que a instituição está no rumo certo ao prender os maus policiais. "Essa é a maneira de se trabalhar. A operação foi muito bem sucedida e outras estão por vir", disse.

A operação desencadeada hoje é resultado de meses de investigação de uma comissão formada por oito delegados da Polícia Civil. Os policiais investigaram três tipos de crimes normalmente associados: o tráfico de drogas, o tráfico de armas e as execuções por encomenda. Ao reunir provas dos crimes, os policiais solicitaram à Justiça a expedição de mandados de prisão e de busca e apreensão.

Foram realizadas nesta quinta-feira duas operações batizadas de Jabulani (Bola) e a Laduma (Gol), em referência ao período da Copa do Mundo. As ações aconteceram nas cidades de Natal e São Paulo do Potengi e contaram com a participação de 300 policiais civis e militares, sendo acompanhada pelo Ministério Público. A Operação Laduma teve o objetivo de coibir o tráfico de armas e munições, sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão. Já a Operação Jabulani cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão.

Nas buscas foram apreendidos 15 revólveres calibre 38; duas pistolas calibre 380; três espingardas, sendo duas delas calibre 12; um fuzil calibre 762; centenas de munições de calibres diversos; máquinas para recarregar munições; carros; motos; dinheiro e meia tonelada de pólvora. O material explosivo estava acondicionado em uma casa em São Paulo do Potengi. Foram apreendidos ainda cerca de dois mil discos piratas.

Os presos são o soldado da PM Marcos Valério de Medeiros Dantas; o soldado da PM Sandro Richele de Araújo, o sargento da PM Marinaldo Soares de Oliveira, além de Márcio Valério de Medeiros, Everaldo Matias do Nascimento, Marcicleide Pereira, João Francisco de Souza, Antônio Martins Filho, Wesley Breno de Araújo e Jerliane Araújo, esta última detida em flagrante por aborto ilegal. Um dos presos Wesley Breno reagiu à prisão atirando várias vezes contra os policiais. A polícia revidou e o atingiu com três tiros. O acusado foi medicado e passa bem. O nome dos outros dois envolvidos estão sendo checados pela polícia e serão repassados posteriormente.

O delegado Geral da Polícia Civil, Elias Nobre, revelou ainda que a prisão ocorrida no dia 11 de maio, na cidade de Mossoró, de um PM e outros dois homens com mais de mil munições tem ligação com as operações Jabulani e Laduma. "Na verdade, a Polícia Civil monitorou os suspeitos até Mossoró, mas para não comprometer o trabalho de investigação passou as informações para a Polícia Rodoviária Federal realizar o flagrante. Essa é mais uma prova de que no Rio Grande do Norte as instituições de segurança trabalham de forma integrada", disse o delegado.

O delegado Odilon Teodósio, da Denarc, explicou que a apreensão das armas foi o primeiro ponto para a coleta de prova material de crimes de homicídios. Agora, as armas serão encaminhadas para exame de comparação balística para confirmar se os projéteis removidos dos cadáveres de vítimas de homicídio foram deflagradas por alguma arma apreendida. O exame é realizado num equipamento adquirido em 2009 no valor de R$ 600 mil e foi decisivo para prender, no início do ano, um grupo acusado de quatro homicídios em Assu.

Outro delegado da Polícia Civil, cuja identidade será preservada, adiantou que integrantes do bando desarticulado são suspeitos de envolvimento em crimes de execução recentes em Natal e, também, de pistolagem. "O modus operandi era o seguinte: a dupla se aproximava da vítima em cima da moto, o garupa atirava e eles fugiam em alta velocidade", disse.

Os PMs presos foram encaminhados a uma carceragem da Polícia Militar na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na Zona Norte de Natal. Os militares vão responder, além do processo criminal, a procedimentos administrativos que podem causar a expulsão.

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