sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Emprego de dezembro cai 49% no RN

Em novembro de 2010, o saldo de empregos formais (diferença entre admissões e demissões) no Rio Grande do Norte foi de 2.203 contratações. Esse resultado indica uma queda de 49% na geração de novos empregos em território potiguar, em relação a novembro do ano passado, quando havia sido registrado um saldo de 4.345. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e, apesar da acentuada queda registrada em comparação com novembro de 2009, o saldo do mês passado foi o terceiro melhor resultado na série histórica do Caged no estado (desde 2003).

aldair dantasComércio mais uma vez teve os melhores resultados no fim do ano: mercado aquecido no RN

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a forte redução no saldo de empregos não pode ser considerada um fato negativo, uma vez que 2009 foi bastante atípico para a economia brasileira, com a crise financeira internacional tendo afetado fortemente o país nos primeiros seis meses do ano e o segundo semestre sendo marcado pela recuperação econômica. Dessa forma, em novembro de 2009, as contratações foram elevadas até mesmo em setores que não costumam ter esse comportamento nos últimos meses do ano, como indústria de transformação e agropecuária.

Comprovando a particularidade vista no ano passado, o integrante do projeto Observatório do Trabalho do Rio Grande do Norte, Haroldo Gomes, ressalta que o melhor resultado da série histórica em um mês de novembro foi observado em 2009. “Em seguida ficou o ano de 2006, quando o saldo foi de 2.781 vagas formais. O que aconteceu este ano foi que o saldo voltou ao normal, já que olhando os anos anteriores vemos que o resultado é sempre em torno dos 2 mil novos postos”, analisa.

Para Haroldo Gomes, a queda de 49% foi puxada pela indústria, que costuma contratar menos no final do ano e em 2010 vem passando por uma desaceleração, motivada pelo dólar baixo em relação ao real. Apenas no setor houve uma redução de 99% na geração de empregos, uma vez que em novembro de 2009 o saldo havia sido de 1.002 e no mês passado, a indústria gerou um total de 6 novas vagas. “Também está havendo um estímulo às importações e a indústria nacional sofre com essa concorrência”, destaca.

Entre os setores com melhores resultados, o destaque de novembro deste ano foi o comércio, cujo saldo foi de 1.856. Em seguida, ficaram serviços, com saldo de 673, e construção civil, com 113 contratações a mais do que demissões. “O bom resultado do comércio foi provocado pela facilidade de crédito no mercado, que leva a um aumento no consumo e faz com que as empresas contratem novos funcionários para dar conta do aumento na demanda”, explica O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Marcelo Rosado.

O aumento no volume de contratações também é percebido quando há a consideração apenas do ano de 2010, uma vez que o saldo nos 11 meses do ano foi de 28.699.

O mesmo é visto ao serem analisados os últimos doze meses, com o saldo da geração de empregos em território potiguar tendo sido de 27 mil admissões a mais do que o número de demissões.

Câmbio e efeitos sazonais reduzem o ritmo no país

Brasília (AE) - A valorização do real em relação ao dólar, assim como efeitos sazonais - entressafra e período de chuvas - fizeram com que o número de contratações formais líquidas registrasse em novembro o menor nível ddo ano. Foram criados 138.247 empregos, o que representa um incremento de 0,39% do estoque de assalariados com carteira assinada na comparação com mês anterior.

Em relação aos meses de novembro, o país registrou o segundo melhor número de empregos formais, segundo o Caged divulgado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Com isso, no acumulado de janeiro a novembro, as contratações líquidas somaram 2,544 milhões. O melhor resultado de novembro foi em 2009, com a geração de 246.695 empregos formais. Mas o ministro lembrou que esse resultado foi decorrente da recuperação de empregos, com o fim da crise financeira internacional.

Segundo Lupi, pela primeira vez no ano, o mercado do trabalho sentiu o impacto da valorização cambial do real frente ao dólar. Mas, assim como acontece todos os meses de novembro, houve impacto de efeitos sazonais como entressafra. No caso do câmbio, o ministro explicou que, com a melhora dos salários e o barateamento de produtos importados, os brasileiros estão optando por comprar mercadorias que vêm de fora neste final de ano e isso reflete em produção menor das empresas brasileiras e, consequentemente, em um número inferior de contratações.

“Isso é a fotografia do momento. Não estou culpando o dólar pela redução de empregos. Estou dizendo que foi um dos fatores que influenciaram”, frisou o ministro. Para Lupi, o dólar não deve influenciar negativamente nas contratações do próximo ano. Até porque o governo tem vários instrumentos para impedir que isso aconteça como é o caso de adotar uma sobretaxa no importado ou criar isenções de tributos a compra de produtos nacionais.

Apesar de o ministro comemorar os números, porque o resultado de novembro possibilitou que fosse “cumprida a meta” para o ano de 2,5 milhões de empregos formais líquidos, isso só foi possível com a incorporação dos dados da RAIS (que considera empresas que entregaram informações sobre empregos com atraso e também servidores públicos).

O acumulado deve cair em dezembro, devido às demissões de temporários. A previsão de Lupi é de que as demissões líquidas em dezembro fiquem abaixo da média história de 300 mil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário