quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Jucurutu: 337 pessoas desabrigadas

cedida/divulgaçãoRepresadas por diques erguidos no tempo da construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, as águas da chuva subiram um metro e meio, invadindo 89 casas do conjunto do DnocsRepresadas por diques erguidos no tempo da construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, as águas da chuva subiram um metro e meio, invadindo 89 casas do conjunto do Dnocs.
 

O município de Jucurutu, a 266km de Natal, amanheceu debaixo d’água ontem. As chuvas de 176,3mm da madrugada fizeram com que 89 casas ficassem com água acumulada  a uma altura de 1,5m, desalojando 337 pessoas. O motivo para o alagamento do Conjunto do Dnocs, área mais afetada pela inundação, foi a baixa potência das bombas utilizadas no local para jogar a água acumulada na área para o leito do rio Piranhas-Açu, que não recebe o escoamento natural devido a dois diques construídos na região. Por isso, a solução encontrada foi a abertura de uma comporta para que a água escoe para o rio.
As barreiras, construídas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) na época de construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, estão posicionadas em dois pontos estratégicos, impedindo que a água que desce pela cidade chegue ao rio. Com isso, o Conjunto do Dnocs, que está em uma área mais baixa, necessita do trabalho das bombas para evitar as inundações. No entanto, o próprio órgão federal reconhece que os equipamentos não são capazes de evitar os alagamentos. “Já é um problema que vem de algum tempo e ainda não conseguimos recursos para fazer a troca das bombas”, admitiu o coordenador estadual do Dnocs, José Eduardo Alves Wanderley. “As chuvas foram muito intensas e a casa de bombas foi inundada. Não houve como evitar”, explicou o chefe do serviço técnico do Dnocs, João Guilherme de Souza.

Com a inundação, a Prefeitura de Jucurutu, com o apoio da Defesa Civil estadual e Corpo de Bombeiros, abrigou as vítimas em escolas e creches do município. De acordo com a secretária municipal de Assistência Social, Ioneide Queiroz, mulher do prefeito Júnior Queiroz, a situação está controlada e todas as pessoas que ficaram desalojadas já têm acomodação. “A maioria das pessoas está em casas de parentes. As escolas estão recebendo as poucas pessoas que não tiveram para onde ir e os pertences das vítimas, como geladeiras, fogões e o que mais foi salvo”, explicou.

A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sobrevoou a região para avaliar a situação e colocou o Governo do Estado à disposição da Prefeitura da Cidade. A Defesa Civil está avaliando  as responsabilidades do incidente e, de acordo com o coordenador do órgão, Tenente-Coronel Acioly, do Corpo de Bombeiros, um relatório será elaborado para elucidar as causas da inundação. “No primeiro momento, nosso objetivo não é apontar culpados, e sim colaborar para solucionar o problema” , garantiu Acioly.

Para acelerar o escoamento da água acumulada, membros da Defesa Civil, Prefeitura, Ministério Público e Dnocs, em comum acordo, decidiram que a solução seria a abertura da comporta de maré do dique B.  João Guilherme, garantindo que não há risco de alagamento de cidades circunvizinhas.

A governadora Rosalba Ciarlini estará amanhã no Vale do Açu, Vai ver de perto os estragos das chuvas e anunciar providências.
 
Emparn tem dificuldades para monitorar
 
O contado com a maioria dos 190 postos pluviométricos espalhados nos 167 municípios do Estado está sendo prejudicado, porque a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) não conseguiu, ainda, a transferência de todos os 25 ramais telefônicos de que dispunha na antiga sede, antes situada na rua Jaguarari, em Lagoa Nova, em Natal.

Em fins de novembro do ano passado, a sede da Emparn foi transferida para a Estação Experimental Rommel Mesquita, em Nova Parnamirim, mas desde então a companhia só conta com duas linhas telefônicas e outra de fax para atender a diretoria e todo os seus departamentos, inclusive o Setor de Meteorologia.

Só para dar um exemplo, o último boletim diário da Emparn,  divulgado na manhã de ontem, só trazia informações de seis postos. Uma fonte segura de dentro da Emparn, informou que alguns servidores estão fazendo ligações de celulares particulares, pedindo dados sobre o volume de chuvas registrados em pluviômetros instalados em escritórios da Emater, delegacias, de prefeituras e de estações do Dnocs. Por enquanto, a Emparn tem disponível apenas os telefones 3232.5858 e 3232.5864, além do fax 3232.5868 para atender a sua demanda, além do correio eletrônico na internet: emparn@rn.gov.br.

O  meteorologista Gilmar Bristot, confirmou que existem outras situações, como problemas ocasionados com a rede de telefonia em Caicó, que impossibilitou a empresa de fazer contato com as cidade da região do Seridó. Por causa disso, segundo Bristor, a Emparn não teve como obter registros sobre o volume de chuvas que caiu na Serra de Santana e em Jucurutu, por exmeplo.

O serviço de meteorologia da Emparn prevê a continuidade das chuvas, hoje, inclusive na região Seridó e Central, além de precipitações no litoral durante a madrugada principalmente. Mas a intensidade das chuvas deve ser menor àquelas registradas no último final de semana.
 

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