quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Professores de Natal pedem 15,29% de aumento salarial

elisa elsiePresidente do Sinte/RN diz que greve depende de negociaçãoPresidente do Sinte/RN diz que greve depende de negociação.
 


O encontro entre a secretária municipal de Educação, Adriana Trindade e os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) na manhã de ontem rendeu promessas de cumprimento de acordos por parte da representante da prefeitura. Segundo Fátima Cardoso, presidente do Sinte, os professores receberão no final deste mês os pagamentos referentes a 1/3 das férias. Na reunião não foi debatido, entretanto, o indicativo de greve que pode ser deflagrada no primeiro dia de aulas das escolas públicas municipais, em 9 de fevereiro. Professores cobram aumento de 15,29% nos salários.

A secretária municipal de Educação rebate a ameaça de greve dizendo que todas as prefeituras estão passando por problemas financeiros e a discussão do aumento dos salários dos professores no índice solicitado não foi discutido pois não estava na pauta da reunião e seria debatido posteriormente.

 Apesar das promessas da prefeitura em cumprir os acordos debatidos durante a reunião, Fátima Cardoso afirma que o indicativo de greve continua até pelo menos o dia 31 deste mês, quando mais um encontro será realizado. “Se eles cumprirem o que disseram, foi uma reunião positiva. Porém, nada foi conversado em relação ao aumento e a greve não foi descartada”.

Orçamento

Segundo a presidente do Sinte/RN, a prefeitura deixou de repassar, somente em 2010, mais de R$ 1 milhão oriundos do Recurso do Orçamento do Município (ROM) as escolas da rede, descumprindo uma obrigatoriedade.

 Sobre as verbas do ROM, Adriana Trindade afirma que o repasse será realizado até o final do mês ou início de fevereiro quando o orçamento municipal for aberto. Além deste débito, a prefeitura afirmou que irá sanar a dívida de R$ 12.900,00 em descontos de vale-transporte nos contracheques dos profissionais entre janeiro e abril de 2010. Não informou, porém, o que irá fazer para compensar os meses nos quais não efetuou o repasse das passagens de ônibus aos professores e estes tiveram que pagar do próprio bolso.  “Sempre fica a indagação de que eles (a prefeitura) estão negociando e nada é resolvido”, comenta Fátima Cardoso.

Até a próxima reunião que está marcada para o dia 31 de janeiro, uma assembleia será realizada pelo Sinte para discutir amplamente com os professores, os rumos a serem tomados no ano letivo 2011.

 Adriana Trindade afirmou que fará o possível, junto ao prefeito em exercício Paulinho Freire e à prefeita licenciada Micarla de Sousa, para cumprir com os acordos.

Estrutura

Questionada sobre a qualidade de alguns prédios que abrigam os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), ela destacou que a Secretaria busca oferecer o melhor aos alunos e todos os prédios e equipamentos seguem um padrão. Em relação aos aluguéis atrasados, ela confirmou que os pagamentos foram realizados mês passado.

 Somente hoje ela terá um levantamento de quantos alunos se matricularam nas escolas da rede municipal e qual o número de pessoas na lista de espera por uma vaga. Segundo a secretária, a estimativa é que os números superem o índice de matriculados em 2010, quando mais de 50 mil matrículas foram realizadas.

Estado não dispõe de Plano de Educação

O ano letivo também pode começar com problemas na rede estadual de ensino. Nos últimos oito anos, a Secretaria Estadual de Educação teve dez secretários diferentes, o que expressa a dificuldade de gerir a pasta. Hoje, a atual secretária, Betânia Ramalho, afirma que a situação é bastante complicada”.

 Segundo ela, o estado não dispõe de um plano de educação, o que contribui para o início de ano letivo defasado em relação à orientação curricular.

Tal orientação é usada para que os técnicos da pasta possam definir as metas, os rumos a serem tomados pelos coordenadores e professores da rede ao longo do ano.  Betânia comenta que, inicialmente, discute  internamente com os demais profissionais da secretaria quais são as metas a serem atingidas pelo estado.

Recentemente, o estado recebeu uma recomendação do Ministério Público através da promotora de Justiça Carla Campos Amico, para realizar a compra de 26 mil carteiras e distribui-las nas escolas.

“É uma grande questão pois temos que colocar para funcionar já  no início do ano letivo”, comenta Betânia acrescentando que a compra do material já era uma pendência antiga.

 Sobre a falta de professores na rede e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais ativos, a secretária comenta que é preciso orientá-los melhor.

“As escolas devem estar cientes do seu dever e responsabilidade, além do conteúdo que precisa transmitir. Fala-se muito nos direitos dos profissionais e pouco no cumprimento dos deveres”.

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